Foto: Félix Zucco / Agencia RBS

PorWillian Oliveira

Reconhecido como bioma em 2004, o Pampa conta com forte tradição de povos tradicionais 

O Pampa, também conhecido como Campos Sulinos, é o bioma brasileiro mais jovem, tendo sido reconhecido apenas em 2004. Para entender melhor sobre essas grandes planícies situadas no sul do Brasil, o Nós do Mato dá continuidade à série sobre cada um dos 5 biomas terrestres do Brasil.

O Pampa é predominantemente composto por campos e pastagens que se estendem em um cenário de planícies em formatos de “ondas”. A formação do bioma faz com que a pecuária extensiva seja a principal atividade econômica com destaque para a criação de bois e ovelhas.

A agricultura também é um destaque do bioma. As principais produções agrícolas da região são: soja , arroz, milho, trigo e uva. O clima do Pampa é temperado, ou seja, verões quentes e invernos frios, e uma distribuição relativamente uniforme das chuvas ao longo do ano.

O Pampa é o único que ocorre apenas em um estado, no Rio Grande do Sul (RS), ocupando 63% da área total do RS e 2% do Brasil.

Formação

O Pampa possui diversos corpos de água, entre eles a Laguna dos Patos, Lagoa Mangueira, Lago Guaíba e os rios Negro e Ibirapuitã. Essas formações integram três bacias hidrográficas do Rio Grande do Sul: Bacia do Uruguai, Bacia do Guaíba e Bacia Litorânea.

A biodiversidade do bioma é muito grande, no Pampa é possível encontrar diferentes ecossistemas: campestres, florestais, afloramentos rochosos, áreas, butiazais, áreas úmidas, banhados, lagoas costeiras, dunas, entre outros.

No Pampa existem oito identidades de povos e comunidades tradicionais (PCTs) que conservam o bioma com seus saberes populares, são eles: Benzedeiras, Quilombolas, Pecuaristas familiares, Pescadores, Ciganos, Indígenas, Pomerano, e povo de Terreiro.

Desafios e ameaças

Economicamente, o Pampa é uma região crucial para a agricultura e a pecuária. A fertilidade dos solos e o clima favorável fazem do bioma uma área produtiva. A produção de carne e leite é uma parte significativa da economia local, e a gestão sustentável dessas atividades é essencial para preservar o equilíbrio ecológico da região.

Por isso, a atuação sem controle do agronegócio ameaça o Pampa, que já conta com a menor proporção de áreas protegidas entre os biomas brasileiros.

Os projetos de mineração juntamente com a supressão de matas ciliares e o interesse privado colocam ainda mais ameaças sobre o bioma gaúcho. É imprescindível aumentar a proteção do Pampa, sobretudo com a aplicação do Código Florestal (Lei nº 12.651/2012).

Isso possibilita a proteção, não só a conservação das planícies, mas também o equilíbrio entre a produção e as vivências dos povos que formam e contribuem para o bioma.

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