Por: Anna Francischini / Edição: Julia Oliveira

Se fosse possível definir o Brasil em uma palavra, uma delas poderia ser diversidade. 

Assim também é a gastronomia, que caracteriza um pedacinho de cada região do país. Enquanto a natureza fornece a genética, fica a cargo da produção agrícola agricultura a tarefa de se relacionar com a terra para que esses alimentos cheguem à mesa dos brasileiros.

Para celebrar esta pluralidade e a importância do setor agrícola no Brasil, o Nós do Mato preparou uma série apresentando um prato típico de cada região do país, com destaque a seu principal ingrediente.

O de hoje é o norte, com o Pato no Tucupi, preparado com carne de pato, jambu, e o tucupi, considerado patrimônio cultural de natureza imaterial do Pará. 

Entretanto, o prato que gera renda para os paraenses não seria o que é sem o exótico Tucupi, caldo amarelo extraído da mandioca brava e herança dos povos indígenas do país. Então, antes de aprender a prepará-lo é importante conhecer o que é esta iguaria, quem a produz e qual a sua importância econômica.

A produção do Tucupi é feita de forma manual, quase artesanal, já que o sumo extraído é venenoso, sendo necessário então torná-lo apto para consumo. Em seguida, os pequenos produtores rurais são os principais responsáveis pela sua comercialização, sendo esta atividade um dos pilares de geração de renda para este grupo, que ocupa 30% do território paranaense.

Mas não se pode falar deste precioso caldo, sem falar da sua base: a mandioca. 

Produção de mandioca e tucupi no Pará

Mais de 600 mil agricultores do estado, maior produtor da raiz e responsável por 56,96% da produção da raiz no Norte e 20,55% a nível nacional, dependem da atividade agrícola como fonte de renda.

E como o Pará faz parte da Amazônia Legal, os proprietários rurais precisam manter 80% do seu imóvel como Reserva Legal (RL), ou seja, de floresta protegida. Isso é definido pelo Código Florestal, legislação que visa garantir a sustentabilidade da atividade agropecuária. 

Caso o imóvel rural não tenha os 80% preservados (este percentual varia conforme o bioma), o produtor precisa regularizar sua propriedade e para isso ele vai precisar aderir ao Programa de Regularização Ambiental (PRA). O PRA é um planejamento que o proprietário vai fazer, incluindo as medidas a serem tomada para a regularização.

Assim, o proprietário pode incluir no seu plano de recuperação os sistemas agroflorestais (SAFs).

Agroflorestas na produção de mandioca

As agroflorestas integram o cultivo com outras espécies, oferecendo muitos benefícios ao produtor rural, e isso pode ser feito com a produção de mandioca e posteriormente o tucupi, no Pará.

Além da questão financeira, o sistema oferece outros benefícios:

• A prática melhora a fertilidade do solo e ajuda na regulação do microclima;

• E ainda contribui para a conservação da biodiversidade.

Saiba como preparar o Pato no Tucupi

Receita do Canal: Sabores da Amazônia

Para a receita, não se esqueça do Tucupi. Você pode comprar em:

Rede Bragantina: Economia Solidária Artes & Sabores – Santo Antônio do Tauá

A Rede Bragantina de Economia Solidária Artes & Sabores facilita a comercialização de produtos agrícolas de populações tradicionais e agricultores familiares.

Tv. Lomas Valentinas, 1126 – Pedreira, Belém – PA, 66093-671

Feira da Agricultura Familiar e da Sustentabilidade

A feira acontece mensalmente nas sedes da Semas nos bairros de Nazaré e Marco, em Belém

Ver-o-Peso

O mercado público Ver-o-Peso, um dos mais antigos do Brasil, reúne comerciantes de diversos produtos agropecuários e artesanais. Além de ponto turístico da capital paraense, o mercado e a feira livre são considerados como patrimônio cultural.

Blvd. Castilhos França – Campina, Belém – PA, 66013-030

Acompanhe o segundo prato desta série: arroz com pequi

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